Não foi a atuação dos sonhos, mas o São Paulo ao menos teve
a postura que seu torcedor quer ver. O time mostrou “espírito de Libertadores”.
Competitivo, soube neutralizar o River Plate. Poderia ter deixado Buenos Aires
com um resultado melhor do que o empate
por 1 a 1 se não fossem os erros de arbitragem e a falha do goleiro
Denis.
O Tricolor contrariou os prognósticos. A delegação que saiu
desacreditada do Brasil mostrou estar viva para a sequência na Libertadores. É
lógico que alguns ajustes precisam ser feitos, como a dificuldade para
permanecer com bola nos pés. Mas a impressão é de que o time do Morumbi
encontrou um caminho a seguir.
No Monumental de Nuñez lotado, a falta de confiança pesou
nos minutos iniciais. A bola queimava nos pés dos são-paulinos. Erros de Thiago
Mendes e Mena no campo de defesa quase permitiram com que o River Plate abrisse
o placar, Denis e o travessão salvaram a equipe brasileira antes que o ponteiro
marcasse 10 minutos de bola rolando.
Mas o São Paulo respirou. Carlinhos sofreu falta no campo de
ataque aos 17 minutos e colocou a bola na área. Lugano brigou com a zaga e a
sobra ficou com Ganso. O camisa 10 emendou um belo chute e guardou no fundo das
redes. Contrariando os prognósticos, o Tricolor vencia por 1 a 0 em Buenos
Aires
A alegria não durou muito. Com dois pontas abertos, o River
segurava os laterais são-paulinos. Os volantes Hudson e Thiago Mendes ficavam
sobrecarregados na marcação. A velocidade argentina preocupava, mesmo com a
zaga formada por Maicon e Lugano levando vantagem em quase todos os lances.
Após escanteio cobrado pela esquerda, Denis saiu mal e deu
um soco para baixo. A bola acertou Thiago Mendes e voltou para as redes. O River
Plate deixava tudo igual, e o São Paulo teria ainda mais motivos para se
lamentar.
Na origem do lance, Calleri sofreu falta clara quando o arqueiro
Barovero estava fora do gol e o Tricolor poderia ampliar. Já no final do
primeiro tempo, o atacante argentino invadiu a área e foi derrubado pelo
adversário. O árbitro novamente ignorou a infração.
Calleri, aliás, se candidatou a nome do jogo mesmo antes do
apito inicial. Ex-jogador do River Plate, recebeu vaias a cada vez que tocou na
bola. Em uma dessas ocasiões, já no segundo tempo, deveria ter caprichado mais.
O cruzamento de Mena foi perfeito, o atacante chegou inteiro, mas desperdiçou o
que seria o gol da vitória.
Calleri decepcionou, diferentemente de Ganso. Não só pelo
gol. O meia era o único são-paulino que conseguia segurar a bola no campo de
ataque, organizando as jogadas ofensivas. Confiante, proporcionou belo lance ao
ser pressionado pela marcação adversária.
O River foi melhor na etapa final. Gallardo apostou em D’Alessandro,
que pouco fez nos 35 minutos em que participou do jogo. No campo de defesa
durante a maior parte do tempo, o São Paulo teve disciplina. A pressão
argentina se limitou a bolas alçadas na área. Maicon e Lugano seguiram
mostrando segurança, e Denis, desta vez, foi bem quando exigido.
O São Paulo foi competitivo até o apito final. A equipe de
Bauza brigou em todos os lances, deu carrinho quando precisou e não se
intimidou com o rival. Era Libertadores. A postura em campo convenceu. Os erros
deixaram a impressão de que o resultado deveria ser melhor.

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